Esperança
Meu fim retardarei, em
minha Obra me hei-de
renascer –
perfeita.
Perfeita –
salto-mortal sem
rede, Tântalo cheio de sede
cruzando eternidades infectas
e desertas,
.
E que Obra? E como
me falará – se as palavras tão
pouco são de mim...
Onde esse florido-multifacetado
jardim, sem
o húmus do Amor?
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Sobre os extensos canteiros, da
Rosa, as doces pétalas
são só a nata donde se
faça
bem temperada, a deliciosa
manteiga
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© Myriam Jubilot de Carvalho
Inédito, de 1994
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