AMOR SEM PUDOR...

Olhava o teto e nos víamos

Sorria e me perdia naquele olhar negro

Com um brilho de mulher que me buscava com sede de vida,

Me doava tanto

Que os dias me embriagavam

Com o teu cheiro da mulher menina,

Morri tantas vezes e sempre renascia em seus braços carentes,

Lambia minhas feridas e chorava em minhas madrugadas frias como uma loba perdida embebecida pela lua prateada,

Me dizia ser eu o sol da sua vida,

Eva sequer passou por perto do fruto que um dia foi meu...

Os beijos mais secretos,

Os sonhos que te comprei

Minhas mortes que ressuscitei

A vida que rasquei

O amor e as serenatas

Que cantei repousado

No veneno do teu peito

Num amor desalmado!