Dolorido...

Discorro solenemente

sobre a dor que me acomete

ela não é só minha

é a dor de toda a gente

que se lamenta, sofre e sente

ama, se atormenta e se ressente

Discorro e recorro à dor que vivo

ela varia com o tempo e o espaço

traz o medo, a angústia e o cansaço

arraigados com os outros sentimentos

molda-se, algumas vezes, de felicidade

e em outras fere a alma de saudade...

Escrevo sobre essa dor infinda

que contém meu peito, de forma linda

Não é meu peito que a contém, leiam bem

a dor contém meu peito

minha alma e coração

e excede a qualquer lamentação

E essa minha dor, apesar de ser maior

não tem grandes pretensões

não é verdade, nem mentira ou falsidade

Essa dor com que eu preencho meu interior

é feita do mais intenso sentimento, é puro amor

que muitas vezes faz sofrer o coração

e domina os sentidos, despertando a paixão

é dor de amor, é feito espada cravada na alma

a força que move o mundo, a ausência da calma

e com isso sou forçada a me buscar na ilusão

de que amar é ser acometida pela intensa dor da vida

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 17/06/2007
Código do texto: T530580