Oculta MADRUGADA

Madrugada longa,

o tempo escasso.

Tenho que ser rápido e ágil,

para o amor maior do mundo,

em quem vejo flores,

sóis, mar e a sós amar.

Vim para ti,

somente para ti.

Bela e inconstante,

Ondas móveis flutuantes.

O respirar sopra voluptuosamente,

a sua pele, a sua tez, os seus cabelos.

Extravasa a sensibilidade e o êxtase;

Tudo vadiagem: às efusivas furtivas.

Sua alma sofrendo calada,

Os lábios mordendo-se num arrepio,

O corpo ereto, atingindo-me bicudos,

Furando a camisola com gemidos inflamados,

Sussurros pontiagudos.

És bela de corpo, alma e gracejos,

Antes que a devassidão aconteça,

O vicejo dos corpos nus,

É o geométrico, demorado e aprazível beijo.

Feita a prévia,

se em silêncio estavas,

suba ainda mais a volúpia,

de amar-me neste voo nupcial,

sempre único, jamais derradeiro.

O que ocorreu em minutos,

Perfume e cio exalou.

E a suavidade eterna das digitais do amor,

No ambiente impregnou.

Como súdito, aos pés da rainha amada, imploro:

Quando novamente entrarei em sua morada,

Amar-te e seu servo ser;

No ranger do abrir da porta,

Para o meu silêncio,

acenando, embora ver.

"Embora em essência,

a pureza do ouro, tenhas;

se não fosse essa minha inquietação intensa,

para sempre amar-te-ia,

não somente na sombra da madrugada,

mas também nas ternas luzes do dia".

Alegro-me ao chegar,

Choro ao sair.

Remoendo os desígnios por dentro sigo,

Pensativo a curtos passos,

Esta estrada de extensos segundos,

E de centímetros compassados.

Sem saída no presente,

Com desvios no passado.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 07/07/2015
Reeditado em 08/07/2015
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