Oculta MADRUGADA
Madrugada longa,
o tempo escasso.
Tenho que ser rápido e ágil,
para o amor maior do mundo,
em quem vejo flores,
sóis, mar e a sós amar.
Vim para ti,
somente para ti.
Bela e inconstante,
Ondas móveis flutuantes.
O respirar sopra voluptuosamente,
a sua pele, a sua tez, os seus cabelos.
Extravasa a sensibilidade e o êxtase;
Tudo vadiagem: às efusivas furtivas.
Sua alma sofrendo calada,
Os lábios mordendo-se num arrepio,
O corpo ereto, atingindo-me bicudos,
Furando a camisola com gemidos inflamados,
Sussurros pontiagudos.
És bela de corpo, alma e gracejos,
Antes que a devassidão aconteça,
O vicejo dos corpos nus,
É o geométrico, demorado e aprazível beijo.
Feita a prévia,
se em silêncio estavas,
suba ainda mais a volúpia,
de amar-me neste voo nupcial,
sempre único, jamais derradeiro.
O que ocorreu em minutos,
Perfume e cio exalou.
E a suavidade eterna das digitais do amor,
No ambiente impregnou.
Como súdito, aos pés da rainha amada, imploro:
Quando novamente entrarei em sua morada,
Amar-te e seu servo ser;
No ranger do abrir da porta,
Para o meu silêncio,
acenando, embora ver.
"Embora em essência,
a pureza do ouro, tenhas;
se não fosse essa minha inquietação intensa,
para sempre amar-te-ia,
não somente na sombra da madrugada,
mas também nas ternas luzes do dia".
Alegro-me ao chegar,
Choro ao sair.
Remoendo os desígnios por dentro sigo,
Pensativo a curtos passos,
Esta estrada de extensos segundos,
E de centímetros compassados.
Sem saída no presente,
Com desvios no passado.