Passa-vida
o teu amor sobrevoa tua cabeça
pousa em tuas mãos
faz ninho no teu peito
canora no teu corpo
transcendendo por teus poros.
o poema é o céu
por aonde ele enverga
asas reluzentes
queria assim fosse
o meu
que prefere
percursos diferentes;
ele é um balanço
pesado
puído
desbotado
nos ombros de
um passa-vida
o pé metido na estrada
levantando poeira
vai seu andarilheiro
que quando cansa
desaba num poema
todo seu peso
aliviando o ombro
estradeiro.