Um viva

Chorei quando me descobri aos prantos ali naquele canto,

Condoí-me com as lágrimas e à elas juntei as minhas.

Juntas, eu comigo, choramos solitariamente sozinhas.

Dei a mão a mim e saímos, eu comigo, certas de que ali, naquele canto nada mais havia a ser pranteado.

Apagamos as velas e definitivamente, silentes, entendemos nosso pranto: acabávamos de enterrar nossa efêmera lucidez.

E juntas, eu comigo, brindamos e gritamos:

"Viva ao que nos restou de nós vivas.

Viva à mais pura das loucuras.

Viva ao amor que nos faz chorar tanto.

Viva ao amor não-correspondido!"

26/02/2006

Márcia de Lima Oliveira
Enviado por Márcia de Lima Oliveira em 22/05/2015
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