CRISÁLIDA
Deixe-me em paz
Não quero ser culpado
Pelo nunca mais
Não quero o pesado
Fardo que carregas
O vento te transpassa
E derrete sua pele
Você com a navalha
O rosto inverte
Não mais sorri ou pisca
Perdeste os trejeitos
Que eu tanto amava
Não mais te arrisca
Vindo amor tranca o peito
E fere a dor a própria brasa,
Incendeia a alma
Espalha as cinzas
Nas paredes da tua casa,
Eu não te reconheço
Nessa tua casca
Sua crisálida te envelheceu...
Tudo que eras resta em mim
Que sou todo jardim
Verdejes as flores
Abra suas asas para o céu
Até lá ficarei ao teu lado
Mas não sou obrigado
a lidar com nada além
das minhas esquizofrenias!