Lua Rara
Há uma estranha ternura, quase uma doce tortura.
Vislumbrar este luar...
O peito se agita feito pássaro em gaiola
Querendo se libertar...
Os olhos se enchem d’água e derramam na camisola
As lágrimas do meu pesar...
Foi esta mesma lua que nos viu? Esta estranha no vazio?
Foi ela a mesma a testemunhar?
Até em meus pensamentos a voz que fala fica embargada
E olhando o céu eu me esvazio
É silencioso o meu chorar...
Seu brilho parece pequenos cacos da minha alma quebrada
Que não da mais pra juntar!
São peças de um quebra cabeças incompleto
A lua e o meu olhar!
Há uma estranha ternura, naquilo que se é secreto!
Já foi minha esta lua que hoje tanto me abala!
Já foi minha! Toda minha...
Numa linda noite de lua rara!