Interpor meu Silêncio .
Sonha-me oh sonho advindo , calor de mágoas deste pôr;
Oliveiras extensas, cristais entre as linhas de um violão.
Escutai-me oh , palavras deixadas um tanto ali sem fins,
Escondido e fascinado olhos da vida , dentro do coração.
Rubi deixado, rios de flores sangrentas, desta dor intensa.
Sobre os palmares que acendem a brasa molhada dizente!
Desesperos que acometem meus dizeres de um fim ao fim.
Paixões deixaram-me louco, vou estar sem ter a lembrança.
Estranho como a prata que se funde ao calor, dores imensas!
Desejos e orvalhos caídos oh Deus, minhas palavras sangram;
Como interpor meu silêncio, se estou tão sozinho deste amor?
Vida, por onde andais sem mim? Deixaste minh'alma sofrendo;
Oh liberdade, de tuas garras extensas, aconselhem este pobre
coração, ao prantear em tua face, deixadas há tantas saudades.