Minha Amada!
Eu te explicar-ei em poética
Tal Platão e sua arte dialética
- Simplicidade dum único sonho
Tão real e tão medonho
Não há nada nem o nada que temer
Imagino-me te imaginando me dizer
Palavras doces dos Livros das Receitas
Ouso-me te inferir às próprias colheitas
Doce fruto essa tal curiosidade
A mais bela flor, desabrocha a verdade
Vertendo emoções de medo e paixão
Palpita acalentado inocente coração
Inocência que não minha
Nossa, será só, sozinha
Palavras que afastaram o medo
Compôs ou compuseram o dedo
De seguir a realidade do agora
A perseverança de nova aurora
E tu, menina, tão casta
Me insegura, me arrasta
Em turbilhão de pensamentos afins
Com flores a plantar nos jardins
Que sonhamos em igual tom
Na música, do Silvio, o dom
De sincronizar tudo em prímulas
Do latim, sobrenome, fórmulas
Aprendi sozinho a desvendar
E sem maldade, é difícil explicar
Então escondo a obviedade
Do renascer em nova claridade
Fazendo poesia do nada, escusada
Pois na poesia, minha amada!