A cigana descarada

Não tinha só os olhos ciganos

Cigano era também o coração

Quando preciso levantava acampamento

Desfazia-se de tudo que lhe era desnecessário

Trazia consigo apenas as suas lembranças

Armou agora a sua tenda muito próxima do meu coração

Nas horas mais insólitas tocava suas castanholas

E as dominava na palma de sua mão

Pisando firme para marcar o ritmo fazia o chão estremecer

Pôs as cartas na mesa e leu-me no seu tarot

Embriagou-me com sua bebida barata

Arrancou-me os últimos afagos

E quando acordei daquele delírio, lá se tinha ido a última cigana descarada.

Jéssik Rubia Stein
Enviado por Jéssik Rubia Stein em 26/01/2015
Código do texto: T5114714
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