Anjo da noite.
Era à noite que sentia
Que o anjo lindo se despia
Desabrochava como flor.
Vinha até mim bela sorrindo
Quando em sonho estava dormindo
Aquecer-me com o seu calor.
Pele macia e perfumada
É ela a minha namorada
Por quem deliro de amor.
Que à noite visita o leito
Enche de amor o meu peito
Que testemunha a seu favor.
Será isso amor de verdade!
Pois na dura realidade
Na vida real não é assim.
De dia o sol brilha mais forte,
Mas à noite é minha sorte.
É quando a tenho junto a mim.
Sinto no peito o infinito
Aquilo que mais necessito
Vivendo o que não existia.
O amor real é ilusão
Pois não suporta a viração
Da chamada monotonia.
Em sintonia com a mente
Vivo o que meu coração sente
Sinto e sinto sem sentir medo.
Mas o medo também faz parte
E viver o amor é uma arte,
Poucos conhecem o segredo.
Sobre a que me arranca suspiro
Neste momento eu prefiro
Com poucas palavras findar.
Pois não há palavra capaz
De devolver a minha paz
Nem o meu amor lhe declarar.
Pedro Barros