O MAL QUE A TUA FALTA ME FAZ.

À noite, quando as mais belas estrelas se puserem

A observar a inquietude dos seres solitários,

Certamente me verão também inquieto,

Apenas a observar a beleza dos astros,

Talvez tentando me afastar da lembrança

Que o brilho dos teus olhos me traz;

E na dor que embriaga o meu ser,

Destorcendo o meu planto em delírio,

Descanso-me sob a tua sombra,

Pensando encontrar abrigo aos pés de minha arqui-inimiga,

Entrego-me ao delírio e exponho minha face,

Digo o quanto me faltas e mostro-te o mal que a tua falta me faz.

Já por alto dia, me desperto ao vapor do deserto e de certo,

Não a minha face, mas o meu crânio ao sol quero expor,

Desejo que este, o meu cérebro frite asse ou cozinhe,

Basta que me descanse da dor que o meu ser assola;

Tal qual a tempestade de areia, que sega o despreparado viajante,

Que torna o dia em noite, sem direito às estrelas ou o luar,

Quero de volta a liberdade de contentar-me em fitar as estrelas,

Caminhar às ruas sem desejar um destino que me arraste pra ti sem demora.

Desejo amar as estrelas apaixonar-me pelo luar,

Com dias certos e hora marcada,

Quero desposar do oceano,

Perder-me em suas areias;

Encantar-me por suas rochas trajando vestes de corais por toda cintura,

Quero morrer de amores pela natureza,

Que cegar-me com o brilho dos teus olhos,

E voltar a vagar até cair novamente e suas teias.

Gomes

Josegomes
Enviado por Josegomes em 28/12/2014
Código do texto: T5083849
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