E...
E quando sua língua se enrola na minha,
E quando seu cheiro se confunde com o meu,
E quando sua mão toca meu rosto,
E quando a devoro apenas com os olhos
É quando sinto seu corpo rasgando meu peito,
Invadindo minha alma,
Revirando meu cérebro.
E ali, no nosso espaço,
Descontruímos todo
O cenário que nos rodeia
E fazemos do mundo um
Lugar exclusivo para nós.
E ali, nas horas tão curtas, tão ingratas,
Provamos da ingenuidade e da malícia que é amar.
E ali, diante de observações,
Damos sopa, arroz e pão
para o azar.
Mas a sorte de ter sua presença
Vale qualquer sentença.
E aqui, quando a solidão aperta,
E aqui, quando o grito não sai,
E aqui, quando a lágrima vira rio,
E aqui, quando as paredes me apertam,
É quando busco a salvação
Em você, em qualquer coisa
Que me lembre você.
É quando durmo para encontrá-la
Num sonho mais próximo.
É quando recorro a tudo
Isso que chamamos de amor.