JOGUEI UMA FLOR
Era apenas uma sementinha.
Aos poucos, na terra fofa,
toda tardezinha molhava aquele jardim,
e percebia que um doce perfume,
vinha bater suave em meu rosto.
Intrigado, procurava quem me brindava,
mesmo sabendo que não tinha flores,
apenas sementes germinando,
naquele cantinho que tão bem preparei,
para que um dia flores nele brotassem.
Notei que uma sementinha mais ousada,
parecendo criancinha sapeca,
se contorcia na terra molhada,
querendo solver a água cristalina,
sabendo que logo seria uma flor.
O caule surgiu com espinhos afiados,
para proteger logo o botãozinho vermelho,
que já tomava formas de uma rosa bonita,
com pétalas rubras e de delicada maciez,
e eu jardineiro aspirava seu perfume tão doce.
Foi crescendo a rosa vermelha bonita,
e o jardim se transformou numa linda paisagem,
e de todas as sementinhas que nele brotaram,
a rosa vermelha era para mim a referência,
e suas pétalas tinham para mim significados.
Contornei seu caule espinhento,
e com cuidado para não ferir a rosa vermelha,
colhi aquela preciosidade que tanto me fascinou,
pois um dia tempos atrás sempre brindei,
uma princesa que foi dona de meu coração,
e para saudá-la joguei no ar aquela flor encantada.