Confissão
Nessa noite confesso! Sofro de mal sem cura
Sou condenada a vagar a luz da lua
Minha alma poeta que não se endireita
Errante, malcriada, ela própria não se aceita.
Finge que sara, mas logo adoece.
Assim ela sofre e depois se esquece
Tal qual criança que cai e não desiste
É minha alma que pra ser feliz, é triste.
Deseja descolar aquele beijo da memória
E fazer do esquecimento uma vitória
Pra que essa poetisa não sofra no ensejo
E pare de repetir arduamente: Te desejo!
Essa alma, que a tua consome.
E por adoração repete teu nome
É alma doente, teimosa em amar
Aquele que é proibido de se gostar!
Rendo-me! Prenda-me se for crime
Devotar-se a um amor que à alma reprime
Eu mesma me encarcero de prontidão
Se a ti entregarem as chaves do grilhão