Amor ao poema
Só sei escrever versos assim
Como se amasse cada letra
Como se o poema fosse teu corpo
E ao escrevê-lo te acariciasse
E à folha em branco me entregasse
Do início até o fim
Meu poema é fogo que incendeia
Brasa acesa que me consome
Labareda que me devasta
E em cada estrofe me dou
A cada verso me entrego
Em cada palavra me desnudo
E da página faço a cama
Onde solto a paixão presa no coração
Onde abro o corpo aceso em chamas
Onde ardo e me contorço
Onde luto e me arrebento
E liberto o que há por dentro
Do versejar que há em mim