Colheita

Escrever,

Se deixar voar

A esmo

Do pensamento...

Se entregar,

Ao tudo, ao nada,

À pétala-flor

Na seda envolvida,

Ao cheiro da cânfora,

Ao dia em copas,

À noite de ais.

Colhendo da terra do amanhã,

Cítaras e pêndulos,

Emoldurados

Pelo pranto.

Colhendo da água do anoitecer

Cânticos e afagos,

Abrindo-se

Pelo âmago.

Do ar

A palavra de sentir

De escrever.

Do fogo

O silêncio de cantar

De viver.

23/10/2014

Porto Alegre - RS