*_ SINO DO VENTO...

E o vento sussurra teus sonhos...

Assim vão falando de sua alma e o que ocultas nesse
sorriso de dentes alvos.
E desejas receber flores todos os dias...
Ter uma casinha com varanda, um quintal voltado
para o vento sudeste ao sopé da montanha.
Desses ventos que tem um nome, mas que á noite
ruge como um lamento.
A janela decorada para ver o sol se por.
Uma cadeira na varanda onde possa ler teu livro e
degustar cada palavra de sabedoria.
Sentir a luz da lua sobre tua face enquanto conta
as estrelas no céu.
Andar no meio da campina com uma cesta de flores
coloridas, e o vestido com a leveza do vento.

Ser livre num tempo em que as pessoas são presas.

Ouvir á noite o tilintar do sino do vento balançando
sob a luz da lua.
Colher cerejas selvagens e maças no jardim que
cultivas...
E ter a brisa suave a sussurrar teus sonhos na
alameda de sua casa, onde a grama é de um verde
limão.
Adoro quando reparte comigo, um leve cotidiano seu.
Seus dias se alimentam de emoções, que nem sempre
compreende.
Os teus silêncios mostra-me aquela parte oculta que
teima em esconder.

E o vento sussurra teus sonhos...

Na memória do tempo vou te lendo devagar a cada
dia.
E vai lembrando-se do esquecido, aquela parte
invisível que compõe tua essência como já te disse.
E vou querer teu abraço o tempo todo para saciar
minha alma seca.
Essa é a vontade do homem que conta estrelas e fala
de um passado esquecido, que você fez parte.
Sentar na varanda e ouvir o sino do vento me faz
viajar.

Faz-me ver você, e esperar que ache o caminho de
volta até minha alma...