Perjúrio do Querer.


 
 
 
Ah! Como eu queria poder dizer
A viva voz, a você, o quanto quero
Encostar uma única vez meu rosto no teu
Com meus lábios acariciar-te
Beijar tua boca sôfrega da minha
Enxugar teu choro beber sua alegria
Ébrio de nosso amor embriagar-te.
Ah! Como eu queria e quero...
Dizer que ainda esse dia espera
Minha alma perdida, ressentida
Por não ter nunca ao alcance
A razão minha desta vida errante.
Ah! Como eu queria não negar...
Que te amo intensa e insanamente
Ah! Como queria... A contradição
Poder dizer-te nesse dia
Do meu falso testemunho a mim mesmo
Por faltar com a verdade ao meu coração
Aos pontuais impulsos alucinados
De buscá-la e selar nosso encontro
Nos abraços e beijos ternos, que guardo...
E ficar ali juntinho do seu lado.
Ah! Como queria saber discernir
As bem-aventuranças do seu paraíso
E as agruras da distancia no meu inferno
Pois no afã de querer-te ardo em desejo
Negando ao sossego da vida lúdica
Permutando prazeres pela angústia do querer.
Ah! Como queria que a vida,
Não fosse um jogo de cartas marcadas
Pelas mãos cegas do destino
Dispostas na Távora cartomante
Ah! Como queria desvencilhar-me de tudo,
Para mesmo que por um pouco, um instante,
Dar vazão a esse amor louco
Deixar minha vida de absurdos e devir
Viver a simplicidade do seu mundo
Perder-se desesperadamente de mim
Final e definitivamente, me encontrar em ti.



 
 
Yehrow, Adônis, ou quem quiser, eu seja.
Adonis Yehrow
Enviado por Adonis Yehrow em 08/10/2014
Reeditado em 10/10/2014
Código do texto: T4992212
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