Porque passavas a vida a morrer-me
Porque passavas a vida a morrer-me,
habituei-me a amar os teus longes olhos
imersos nas trevas,
enquanto assistíamos,
quietos, ausentes,
ao cortejo fúnebre do nosso amor.
Devíamos talvez ter morrido um no outro,
e enquanto morrêssemos,
enquanto fôssemos cadáveres,
deixássemos que o tempo
se arrependesse de nós.