Sem rancor
Sem rancor
Mundo sereno de serenatas mudas
Espinhos sozinhos sem flor
Vidas escassas, deveras desnudas
Não há dor onde há amor
Onde erroneamente pisei descalço
Certo de que vidro não corta
A fé cega do grande amor falso
Apenas um sopro de flor morta
Quando pulei, já sabia do abismo
O vento com gosto de beijo
Sorriso de reencontro em cinismo
Primeiro morro e depois vejo.
Que mesmo o mais puro dos amores
Que sobrevive a tempestades
Nada é, sem o findar dos rancores
Que ao menos fique a amizade.