O suicídio do Beija-Flor

Ele acordou e foi beijar,

Foi se declarar à rosa

Foi polinizar a vida,

Gastou quase uma hora.

Antes disso deu bom dia ao Sabiá,

Um sorriso pro Pardal,

Falou feliz com curió que estava no varal.

E saiu batendo asas na velocidade da luz,

Furou a barreira do som,

Isso só o amor que produz.

Chegou o ao pomar das frutas.

E os monstros sociais haviam destruído sua paixão,

Arrancaram a linda rosa, tiraram a sua paciência,

O passarinho tomou uma triste decisão sem pensar na consequência...

Subiu a um milhão de pés,

E simplesmente quis que suas asas não batessem mais,

Caiu daquela altura, felicidade ninguém iria ver jamais...

Morreu de dor,

Morreu por amor,

Pintou de vermelho o dia sem cor,

Suicidou-se o pobre do beija-flor.