Sob o sol de inverno

É um sol de inverno

Rompendo o cinza de dias enevoados

Intenso afugenta a dor e a depressão

Embeleza as flores silvestres e o canto do pássaro azulão.

Sol de inverno que chega de mansinho em nossa janela

E entre cactos e ruínas do sertão

Trás alegria às abelhas que acasalam

E nas palmas o amadurecer de frutas da caatinga

E grato também canta o galo de campina

E a gente se entreolha na janela da casa abandonada

Entre folhas secas e galhos

Calangos, besouros, e animais pardos

Sob o sol de inverno anseiam todos a primavera

A romper flores que enfeitem nossos olhos de amor molhados.

Paula Belmino