Coisa de momento

Me veio assim
A sua imagem
Tal qual o vi pela primeira vez
No tempo em que a sensatez
Se apartou de nós
E que o juízo fez as malas
E foi embora pra
Pasárgada
Pois lá
é terra das delícias
onde tudo se consente
até pra quem muito mente
E dos enamorados talvez

E quando a emoção domina
E os olhos gulosos
Querem tudo
E um pouco mais
Palavras pra quê?
Tudo se resume
Tão somente no querer
Na forma mais sincera
de ser um
Mesmo sendo dois

Você me veio
Apenas por uns segundos
É que houve o despertar
Do sonho
A ilusão se desfez
Como a névoa das montanhas
Com os raios de sol


Precisava?
Tinha que ser?
Não
Não...


Quem se lambuza de felicidade
perde o jeito
Sai dos trilhos
Se embriaga de tanto querer
E se omite
No essencial

Aí faz tolice
O que era lindo
Vira esquisitice
E o que era doce
Acabou-se
De um jeito feio
E sem sentido


Mas mesmo assim
Você me veio
Saiu da clausura momentânea
A que o condenei
Chegou com sorriso aberto
matreiro
Fala mansa
Com o mesmo jeito de criança
Que me trazia tanta alegria

E nesse reencontro inesperado
No meu pensamento
Vi que a tempestade passou
Que a mágoa inexiste

Quer saber por quê?
Digo não!


O coração é danado
Se entrega
Se nega
Renega
E se refaz
Inteirinho
Para ser novamente ninho
De quem dele souber cuidar
amarilia
Enviado por amarilia em 31/07/2014
Reeditado em 31/07/2014
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