VENTO DE INVERNO
E quando o vento bate na janela
“convoco as remembranças do passado”...
Os velhos ais... Ah! Essa velha aquarela
de quem pintou o amor mais amado...
“ penas de amor que já paguei”
Ah! Por certo eu te amei...
Mas “como hei de restaurar-me?”
Se o meu conflito é julgar-me...
E o vento de inverno é tão forte!...
Não sei se vem do Sul ou do Norte...
O que sei é que me balança,
e que me trás tanta lembrança!
Nesse presente até o céu é grisalho,
e meu coração sem agasalho
treme de frio e de saudade...
Ah! Não basta tanta maldade?
“Teu remorso não cura o meu tormento”
e é tão gelado esse vento...
E as “nuvens toldam o sol, no azul celeste”
Que amor é este que tu me destes?
Avesso assim a todo meu ser...
Ah! Meu pecado foi te querer...
Mas “mais pecado é perdoar o teu pecado”;
essa tua indiferença... malgrado...
( Grifos de Shakespeare)
( Imagem : google)