A procura
A procura
Vasta! tão vasta quanto o eco das reticências
no sonambulismo duma crua existência
ponteiros insensatos apontando o risco
cortando caminhos, extirpando ninhos
Tão vasto quanto um mar em desalinho
que expulsa suas jangadas na matina
abarrotadas estas, de peixe, lua e sol
trançados como abraço de arrebol
Imensa é esta terra e suas curvas
na ínfima clareza do universo
são círculos girando, desconexos
pairando como bolas de sabão!
Tão vasto é o coração e os seus momentos
intensos terremotos e explosões
mutante criatura que se mescla inteiro
no meio de abraços de algodões
E a boca que acorda e busca o beijo
tateia no escuro sem achar...
são almofadas de poeira e nuvem
são cobertores abafando o ar
Tão vasta é a chuva dos açoites
as águias que perfuram a imensidão
o mal que invejoso transfigura
as faces que brilhavam de paixão!
Mas há o bem, e este reverbera !
embora ande lento e calmamente
sabe chegar ao âmago de toda a mente
e aos poucos recolore a solidão...
Abraça então, o mais doce de todos abraços
na imensa vastidão do puro afeto
raspando o lodo e as frias paisagens
recolorindo os brilhos do uni(verso)
Vasta! tão vasta quanto o eco das reticências
a poesia pausa, medita, respira, pousa e pensa
pois só no amor real, existe a verdadeira essência
daqueles que não amam por amar...
Mas antes disto, buscam a verdade
afinidades que não são do agora !
são tantas vidas, borbulhando as horas
o grande elo que no céu prateia
E é da lua as suas confidências...
enquanto chamo o sol para brincar !
Márcia Poesia de Sá - 27.05.2014.