VELHA PAINEIRA
Quantas saudades.
Foram tantas aos teus pés,
Mirando seu porte altivo,
Galhos imensos,
Onde se escondiam os passarinhos.
Moleque travesso,
Não media consequências,
E no balanço me soltava no alto,
Com a brisa intensa batendo no rosto,
Parecendo até querer voar.
Lá, no alto da colina,
Divisava horizontes perdidos,
E nas minhas inquietações,
Tú, velha paineira éra o bálsamo,
Que curava minhas feridas.
Até que num dia resolvi te visitar,
Diante de tantas décadas passadas,
Podendo te encontrar decaída,
Ou ainda com o vigor de sua pujança,
Pelo porte altivo e galhos frondosos.
Olhei, não te ví, será que me enganei?
Não, era verdade.
No seu lugar ervas daninhas vicejavam,
E naquele lugar onde até o amor cutivei,
Tudo se foi e lágrimas então derramei.
Não vi mais seu tronco exuberante,
Nem sua sombra onde nos abrigávamos,
Ouvindo o cantar dos passarinhos,
Trocando olhares tímidos, furtivos,
E a natureza bonita nos contemplando.
16-05-2014