Um dedo de Paixão
Mostrei-me abruptamente
Sem me importar em te assustar.
Cheguei em sua vida como um tsunami
Arruinei tuas tranquilas vielas,
Fiz tudo que (talvez) não precisasse.
Fostes tão singela,
E a cada momento
Sopravas minhas lembranças
Como sopra a leve brisa
As douradas folhas...
Nesta mistura de força e leveza
Havia um equilíbrio,
Que até hoje não encontrei,
Pois não tive tempo (e nem vontade)
de procurar.
Talvez por estar equivocado
do que fornece
combustível à nossa simetria,
seja uma gangorra sentimental...
Sei que isso crava em seu viver,
E te fere...
Mas, és musa de bela inspiração
E de rara paciência...
De amor (quase) materno...
Respeitas (edipianamente) meus destemperos.
Espero que a vida me ensine
O que teimo em aprender
Que talvez o Amor perfeito
Seja o que se faz
Pelo tempero acridoce
Dos dias que se emaranham
Sendo responsável
Em unir duas almas:
Tão diferentes - Tão parecidas.
(Marcio J. de Lima)
01/10/2010.