XÍCARA QUEBRADA

Xícara quebrada

Quebro a xícara

Jogando-a para o alto

A água quente queimou-me

O café esfriou

As formigas invadiram o chão

Você está em silêncio

Andando na contramão

A música parou

O tempo parou

A xícara repartiu-se em mil pedacinhos

Feri o meu pé

Quem mandou andar descalça?

Agora é sangue, escorrendo do pé!

É noite

Lá fora chove

Aqui dentro venta muito

Os cacos de vidro ainda estão no chão

Meu coração, ainda está nas suas mãos.

Passo o dia a suspirar

Na lembrança dos momentos bons...

É preciso acordar.

Mais um ataque de fúria, não!

Bebo água mineral gelada.

Caldo de feijão quente.

Hora de mergulhar no cobertor!

Preparar-me para o dia de amanhã...

Quem sabe amanhã será um dia leve?

Um dia sem xícaras quebradas e feridas no pé!

Um dia sem amores esquecidos,

Sem dores amargas,

Sem o seu silêncio assustador...

Sem a fraqueza de ser um Ser Humano amante do amor.

Andréa Ermelin

03 de Maio de 2014.

Sábado.

Às 16:55h

Salvador-Bahia/Brasil

Andréa Ermelin de Mattos
Enviado por Andréa Ermelin de Mattos em 03/05/2014
Reeditado em 18/01/2015
Código do texto: T4792775
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.