XÍCARA QUEBRADA
Xícara quebrada
Quebro a xícara
Jogando-a para o alto
A água quente queimou-me
O café esfriou
As formigas invadiram o chão
Você está em silêncio
Andando na contramão
A música parou
O tempo parou
A xícara repartiu-se em mil pedacinhos
Feri o meu pé
Quem mandou andar descalça?
Agora é sangue, escorrendo do pé!
É noite
Lá fora chove
Aqui dentro venta muito
Os cacos de vidro ainda estão no chão
Meu coração, ainda está nas suas mãos.
Passo o dia a suspirar
Na lembrança dos momentos bons...
É preciso acordar.
Mais um ataque de fúria, não!
Bebo água mineral gelada.
Caldo de feijão quente.
Hora de mergulhar no cobertor!
Preparar-me para o dia de amanhã...
Quem sabe amanhã será um dia leve?
Um dia sem xícaras quebradas e feridas no pé!
Um dia sem amores esquecidos,
Sem dores amargas,
Sem o seu silêncio assustador...
Sem a fraqueza de ser um Ser Humano amante do amor.
Andréa Ermelin
03 de Maio de 2014.
Sábado.
Às 16:55h
Salvador-Bahia/Brasil