No balanço do tempo
O tempo balançando-se num galho
olha a vida que brinca descuidada,
olha-me com saudades
enquanto vivo segundos de prazer.
Olho o tempo no seu ir e vir
dando saltos assustadores,
sorrindo do meu espanto.
Qual a cor do tempo?
Sinto tua falta, amor.
Busco no infinito teu olhar
e vou para onde o brilho
me conduz...
Qual o cheiro da saudade?
Quero estar contigo
mesmo que só em pensamento.
Às vezes menina, às vezes mulher,
me entrego em teus braços
me desfaço ou
me prendo
Não há fantasia em meus sonhos
ainda que etéreos e doces.
Só a realidade tão nua,
tão frágil,
que só o tempo, com tempo
desfaz
balançando-se no galho.
Miro tua imagem projetada
entre o sonho e o desejo
e acordo todas as manhãs
consumida,
de tanto pensar em ti.