Tempo
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Diante do inesperado,
o óbvio me invadiu.
Nunca voei,
mas, num cavalo alado,
meu coração ressurgiu.
Tive medo,
as dúvidas se avolumaram...
Ergui meu olhar,
busquei amparo na ilusão;
quis desacreditar,
evitar o convite,
mas, num estalo, percebi
tratar-se de fuga,
dizer que não.
Ofertei ao tempo o meu destino;
entreguei-me, também,
desejando evitar decepções.
Se o tempo, entretanto,
esse faceiro amigo da insanidade,
revelar que noutros braços
encontrarei conforto e abrigo;
quero entregar-me e me renovar,
debaixo do cetim dos lençóis,
entre teus braços.
Abrace-me!
Quero teu calor,
apesar do medo.
Crato-CE, 20 de abril de 2014.
19h29min
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