O AMOR COMPARTILHADO
Tripudiado e com validades vencidas.
O amor está encostado nas prateleiras,
Empoeirado, sem procuras, oculto.
Acaso alguém limpou suas arestas?
Se encantou com o sorriso da linda mulher,
Que serena tinha por ti atitudes sinceras,
Vendo-te como o despertar da aurora que surge?
Vejo hoje o desrespeito pela frágil critura,
Que no entanto corajosa por longos 9 meses,
Carrega no ventre uma vida em formação,
Um botão de rosa dormente todo encolhidinho,
Despindo-se até de vaidades próprias da mulher,
Ao ter um corpo que toma formas desajeitadas,
Mas para ela um porta-jóias com segredos escondidos.
Pois aí uma vida vai aos poucos se formando,
Quem sabe uma menina faceira ou um garoto sapéca,
Não importa, mesmo que as dores do parto sejam intensas.
Amor compartilhado assim deve ser o verdadeiro,
Numa troca intensa de carinhos e dali brotar a semente,
Bem adubada, com essências perfumadas de uma flor,
Podendo ser uma rosa vermelha de pétalas macias,
Se for uma menininha com bochechas roseadas,
Ou a rusticidade da flor do campo sendo um garotinho.
Não quero o amor tripudiado que jamais vivi,
Que oferece em lugar de flores uma ofensa,
E depois num crescente quanto uma tempestade,
Desaba sua fúria numa frágil figura de mulher,
Em tapas doloridos que ferem como os espinhos,
Deixando marcas que jamais se apagarão,
E os sonhos de um príncipe encantado se desvanecem,
Na garota precoce que desconhece as armadilhas da vida.
28-03-2014