Outono

O outono chega trazendo o vento das mudanças

Descarta em forma de folhas os excessos do verão

Tornam-se mais contidos os novos ritmos e danças

Arrefecem as labaredas fugazes do meu coração.

Não há mais pressa, o encontro é certo e iminente

O tempo e a distância não são mais velhos inimigos

Dúvidas e incertezas desaparecem de forma permanente

Todos os problemas somem totalmente esquecidos.

As árvores sussurram e repetem nossas palavras de Amor

Dançam sedutoramente tal qual a coreografia dos amantes

Desfazem-se do supérfluo sem saudades ou resquícios de dor

Embora antigas e sábias, guardam em si o ineditismo dos infantes.

Maré e luas se alternam em ciclos similares, mas jamais iguais

Novas matizes predominam trazendo delicadas e sutis diferenças

Tudo que passou jaz esmaecido e sepultado, não voltará jamais

Desaparecem as promessas e juras vazias e surgem novas crenças.

As folhas pelo chão formam setas apontando o novo caminho

Não há retorno, o novo terreno não deixa rastros ou pegadas

No peito a certeza incontestável que jamais voltarei e estar sozinho

Na pele o gosto agridoce do prazer de passadas e futuras madrugadas.

Nossa primeira estação completamente juntos e sob o mesmo céu

Ao alcance de nossas mãos, bocas, sentidos, desejos e pernas

Sem culpas, julgamentos, juízes nem imbuídos de papel de réu

Arquétipos do Amor, protegidos de tudo embaixo do seu delicado véu.

L que não vive sem D
Enviado por L que não vive sem D em 21/03/2014
Código do texto: T4738036
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