- Poema: Sou ponte que liga margens
Sou ponte que liga margens
Sobre rio murmurante que corre para o mar
Encanto-me com suas águas
Quando as vejo sobe mim passar.
De tanto mirar o rio, por ele me apaixonei
Suspiro, desejando em suas águas banhar
A Sereia encantada, enciumada, vejo nele nadar
Os barcos me ferem, vendo nele navegar
Queria ser os peixes que nele vivem a procriar
São tantas pedras que me encantam, provocando seu marulhar
Canta o rio o amor que sinto nesta sinfonia, no som que eleva no ar
A minha plenitude é ver meu reflexo nele refletido
Quando a luz do sol mergulha em suas águas, minha imagem
É meu ato de amor sentir minha imagem em seu leito
Momentos que são o clímax dos amantes ao se encontrarem
Queria reter a luz, e nestes momentos pra sempre viver
Mas a vida passa, não tenho como reter
Vejo as águas da chuva em sua corrente misturar
Levando-me algo quando escorre em mim
Para no leito do rio, parte de meu ser para sempre irá ficar
Queria em suas águas desmoronar, e assim viver sem deixá-lo passar
Mas não seria mas meu rio feliz a murmurar
Mudaria seu destino e em repreza iria transformar
Não se aprisiona quem ama, nem sua essência mudar
O amor é sublime, e traz alegria ao coração
Amar implica à doação, fazer o outro feliz
Deixar o rio seguir, e completar sua missão
Continuar sendo uma ponte, sem desmoronar
Refletindo no rio a essência do amor.
Diluindo aos poucos até leito se tornar