Eclipse
Lua e Sol,
Lua, tão luminosa e sensível,
Sol, tão radiante e forte,
Desde o início do mundo
Um anseia pelo outro.
Seria esse encontro impossível?
Encontrar-se-iam ao menos por um segundo?
No dia em que se conheceram,
Um lindo amor pintou.
Eterna paixão viveram,
Até que tudo acabou.
Lua amargurou-se de tristeza,
Mesmo com o brilho que Deus lhe deu,
Sol, o Astro-Rei, ganhou um título de nobreza,
Mas quando a saudade lhe atingiu, se entristeceu.
Sol, ao vê-la tanto sofrer, portanto,
A Deus um pedido fez:
‘’Ajude-a com amigos que a encham de encanto’’.
Assim, criaram-se as companhias da Lua, as estrelas.
Sempre que triste a Lua recorre a suas amigas,
Que fazem de tudo para animá-la de verdade,
E para verem-na feliz cantam cantigas,
Porém, a Lua ainda vive na escuridão da saudade.
Sol tenta enganar a solidão,
Finge ser feliz,
Lembrar-se dela parte-lhe o coração.
Mas o Sol ainda vive na luz do amor.
Quando chega a noite,
A Lua põe-se a brilhar,
Mas quando se lembra de seu amado,
Começa logo a chorar.
Todo dia de manhã,
O Sol põe-se a raiar,
O dia vaga no céu solitário,
Até o pôr do sol chegar.
Lua quando feliz é cheia e brilhante,
Quando triste é minguante e mal se vê seu brilho.
A saudade lhe deprime, mas continua sempre elegante.
Acompanhada das estrelas, mas fraca.
Sol quando feliz derrama seus raios em esplendor,
Quando triste esconde-se nas nuvens a sonhar com a amada.
A saudade o desanima, mas mostra seu sorriso aonde for,
Solitário, mas forte.
Foi então que Deus decidiu:
Nenhum amor nesse mundo seria impossível.
Um momento raro e único foi criado,
E finalmente Lua e Sol se encontram e ficam lado a lado.