A Distância Entre Corpos
Medimos a distância,
Entre corpos apaixonados,
Quando sentimos ânsia,
Pela aproximação dos separados.
Na sutil aproximação,
O aroma de pele suada,
Que estimula a ação,
Da boca que saliva acuada.
Os lábios contraem,
Na espera pelo beijo,
Que faz os pelos eriçarem,
Com as palavras sem jeito.
Olhos que avistam outros olhos,
O reflexo da própria imagem
Na órbita alheia do seu próximo,
A imagem se torna uma paisagem.
As mãos tremulam feito flâmula,
Pelo acontecimento mágico,
Que faz o desejo explodir e inflama,
A poucos metros do hálito.
Encolhe-se diante da opressão,
Que o coração em ritmo acelerado,
Impõe ao sujeito tomado de paixão,
Curvando-se e mantendo o olhar vidrado.
Os dedos que se unem timidamente,
Com o encontro das bocas e línguas,
Os corpos se abraçam ritmadamente,
Espremendo o impulso de alegria.
O cemitério do lado de fora,
Espreita os amantes grudados,
Que demore o passar das horas,
Sabem que o amor será o resultado.