Tripas sentimentais
Se a decadência é produto do romantismo
Eu sou um escombro.
Escombros de alguém que vive
E a cada dia vai se reconstruindo
Para mais uma vez desmoronar
Como um castelo de areia.
E assim, vou me doando
Vou transbordando.
Vai emanando de mim
sentimentimentos.
Regurgitando tudo aquilo que
contem nas minhas tripas sentimentais.
Despedindo-me solenemente dos amores
Que se vão
E saudando os amores
Que estão chegando à essa
velha casa cheia de manias
e marcas dos antigos residentes.