Falando com nuvens

Noite passada sonhei com poesia

aquele sonho arranjado de calores misteriosos.

Ao som de uma orquestra as janelas se abriam

e em mil cantorias - pássaros curiosos.

Longe, no alto, algo reluzia

mas não sei o que era, tampouco queria.

Sempre enfoquei seu rosto em tudo

- é de um absurdo - é meu mundo de gosto.

No sonho alagado os caminhos imersos

feito um delírio aos montes, na mente famélica.

Estrelas pratas formavam de tão doces quimeras

e transbordam à vera, e transcorrem os versos.

Fiz de mim um homem pássaro

(o passo)

No meu eixo um homem peixe

(muito avexo)

No meu mundo, homem comum

(o oriundo)

Longe, as nuvens comunicam:

Surgirá a estigma do amor sem fim.

Tudo torna-se arquipélago numa única ilha

uma desmesurada esperança que contente habita

fazendo-se amiga e parte de mim.

André Anlub®

(16/1/14)

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