VENTOS SEM RUMO

Um novo dia raia
com as esperanças perenes
dos amantes de outrora

– o mar e a planície –

em outras línguas,
em outras caldas,
em outros sonhos,

abrenunciando novas
quedas porvires:

o mar se alvoroça
a lamber suas encostas,
deixando falésias
pelo caminho,

pousam beija-flores,
borboletas e joaninhas
à carne e à insânia
da planície.

Ao entardecer,
chovem lágrimas de sais
por toda parte,
alagando cantos, encantos
e recantos,

à noite as estrelas aparecem
para velar suas mortes
em agonia

– do mar sem a planície,
da planície sem o mar –

com as almas vazias.

Péricles Alves de Oliveia
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 13/01/2014
Reeditado em 13/01/2014
Código do texto: T4647592
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