UMIDAMENTE DESBOTADO
Não te avisaram,
Senhora,
que em mim
arrojam-se sombras
e fantasmas
e que, para me amar,
é preciso resistir
à aridez dos desertos,
à torrência das chuvas,
e às devastações dos verbos?
Por isso é que
sempre ando só,
a escrever,
com lâminas e lágrimas,
maltraçados versos
em paredes vazias.
Péricles Alves de Oliveira