O POETA TAMBÉM CHORA
Antejevo situações,
Umas coroadas de flores,
Outras pinceladas de negro,
E numa reflexão que me cala,
Procuro tirar minhas conclusões.
As flores abrem meu sorriso,
Diante de tantas situações vividas,
Amor intenso, generoso e lindo,
Que guardei dentro do coração,
E quando recordo,
Ouço um coral de Anjos.
Tiro uma pétala perfumada,
Rosa vermelha que me extasia,
Cor vibrante parecendo fornalha,
Que aquece um coração saudoso,
E uma chama quase dormindo,
Brota das cinzas que acumulei.
Lágrimas derramo de saudades,
Que intensas escorrem do rosto,
Como um rio saltitante nas pedras,
Caindo depois em suave cachoeira,
E um lindo arco-iris então se descortina,
Diante de um choro convulsivo.
As nuvens negras então se afastam,
Repelidas por uma brisa que veio intensa,
E apenas gotas despencam do alto,
Molhando meu interior sedento de água,
Cristalinas como se fossem orvalhos da noite,
Que se depositam num novo alvorecer.
10-01-2014