PERMITA-ME

Permita-me, senhora,
que eu me pouse
sobre teu telhado

e, de soslaio,
zele-te o sono nu
sobre esse lençol
branquíssimo
de cetim;

permita-me, senhora,
que, mesmo distante
e sem que percebas,

eu sinta a febre
de teu corpo
e sublimidade
de tua alva;

só para amainar
meu declínio
abissal,

só para acalentar
meu sonho
exíguo,

só para aliviar
minha alma
angustiada.

Péricles Alves de Oliveira
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 08/01/2014
Reeditado em 08/01/2014
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