De ti para mim A ti com imenso amor
Ia sozinha pela estrada escura
aquela formosa criatura
a derramar pranto convulso.
E debruçado em seu sonho louco
a gritar...
já bastante rouco,
acompanhando a bela em seu soluço.
Que desespero naquele malfadado pranto,
que agonia atroz... e ali me encontro,
testemunha inútil de um pranto sem fim;
se eu pudesse, vendo-a nessa hora
"fazer" o que pensei agora,
dar-lhe-ia paz... E tudo de mim.
Não queres olhar-me, tens os teus motivos,
mas não podes trair tua vontade:
Quanto mais procuras afastar-te,
estarás a mim – mais cativo –
Vem, Amor
Oh, não me deixes! Por favor, por piedade
olha a minh'alma que estas matando de dor.
Tu a encontraste tão risonha e sem maldade
enchendo-a com o veneno cruel do teu amor.
Por que me deixas agora, a padecer?
Que te fiz eu, se procurei amar-te tanto?
Vives atrás de quem por certo te fará sofrer
e te abandonará para gozar teu desencanto.
Oh, meu amor! volta a razão e vem comigo,
deixa pra traz o lodo do caminho,
vem buscar o amor que te convém.
Olha à tua frente! O horizonte que sonhaste,
a doce melodia que um dia escutaste
quando vivíamos só nós dois e mais ninguém.
E como sabes
e como eu sei
quanto me amaste
quanto te amei
ainda hoje
sinto o sabor,
daquela noite
plena de amor,
daquele abraço,
daquele beijo,
o teu amor
traduz desejo.