Que horas são?
E a pergunta não se cala, roda toda a sala, a janela, que horas?
Agora, fico a esperar, e penar, e limar, suando, penando, realidade...
Os tique taques a me ensurdecer, noites maldormidas,
Debaixo do edredom ainda faz frio, onde está você?
Traz de volta minhas pernas, meu sentido, traz também teu sorriso
Desalinho...Pensar que ainda estou sozinho, tenho medo
Medo do mundo lá fora, onde estão meus pais, meus medos
Onde está você agora?
O telefone não ajuda, se chamo, fico mudo, já mandei mensagens
Já reservei viagens, próxima chamada vôo com destino a desilusão
Em que nave ficou perdido minha paixão, e o violão, que tocávamos ao luar?
Vem, quero de novo teus mistérios, te chamar de louca, beijar tua boca
Seremos loucos de novo, tão ébrios... Traz meu cálice, calem-se, ó vozes dentro de mim
Não, não estou sendo traído, embora ela demore a ligar, o gelo frio espera secar
A chama dentro de mim não há, por favor, dê um sinal, onde está?
Posso até ser trocado, não me importa, abre essa porta, me arrebata de amor
Quebra essa angústia, tira esse câncer, acaba com as minúcias
Serei teu servo, como já sou há muito tempo, sem reclamar
Mas, pelo amor de Deus, dize-me onde está...
Stop! Foi o relógio que parou? Não
Tum, tum, tum...Este não é meu coração...
Sussurros de horror, gritos de dor, pancadas de amor
Quanto tempo falta para eu encontrar meu coração?
Gabriel Amorim 14-12-2013 http://devaneiospalavras.blogspot.com.br/