Entrega

Entrega

Quero saudar aquilo que te enojam

Saber o porquê do repudio ao prelúdio da perfeição

Se te quero pela eternidade

Não vou exigir menos que a metade

Do que é feio, do que não cheiro,

Do que exala anseios, dos teus medos

Nessa simbiose que está para começar,

Devo te dizer para nunca parar

Sou aquele que não te quer amedrontar,

Mas amarei tuas angustias e nas tuas minucias

Saberei te acalentar

Perderei-me em teus sonhos, e em devaneios nossos,

Serei o mais sóbrio louco a te aconselhar

E confortar, e abraçar, e beijar, e saudar... Amar-te

Dizem as más-línguas que sois de outros ainda,

Sou cego por opção beijo-te sem penar, comerei em sua mão

E se elas estiverem sujas que eu me suje também,

Se sois verme me arrebata, dizes quem sois que te direis quem sou...

Imagem amorfa de espelho opaco

Se fugires de mim, me atiro do precipício,

Vai que nos pedregulhos estarás aos pulos

Ralando as limalhas do caminhar sofrido,

Planificando o que chamam de pedra bruta

Sim, se entraremos em comunhão não haverá nojo, só paixão

Quero cuspir tuas verdades, morder teus cheiros, mostrar minh'alma

Se pensas em estar louca, não é impressão, somos um só

Se te amando de repente fui arrebatado, hoje morro de fome

Sentado, calado, sonhando, acordado

E claro, na hora de me deixar leve o que sobrar,

De tuas marmitas, de tuas eruditas

Horas de se alimentar

Leva minhas veias, minhas venéreas fontes de respirar

Deixe somente o que encontrou, um pedaço de carne, um eu sem alma

Vai que volto a ser humano, e com calma,

Volto ao começo e erro tudo de novo sem pensar

Gabriel Amorim 05/12/2013 http://devaneiospalavras.blogspot.com.br/

Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 21/12/2013
Código do texto: T4620009
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