Revolução...Mais uma vez

Deixe-me ficar só, deixe a porta aberta,

Se puder saia da frente, quero a brisa só para mim, irrequieta

Quero poder arrepiar sem ser de dor,

Quero ter frio e não ser o calor,

Quero finalmente desvencilhar do que for teu

Aliás, vê se deixa uma esmola, uma prece,

Não chora, vai ver que volto pra te procurar, esquece

Ainda se lembrar deixa os contos do Osman Lins,

Aqueles mesmos que nós, querubins, líamos antes de dormir,

Saia sem fazer barulho, pois já durmo, não tenho mais orgulho...

Eu que fui teu hino, tua letra, teus caminhos,

Obsoleta serei destino, inexorável à espreita

Se é como dizes sou porca, torta,

Vai, enforca mais esse ego que é só teu

O que sobrará de mim sem a casa, casada...

Eu sem você, espero não ser apenas, migalhas...

Levarei a parte que me cabe deste minifúndio,

Nosso mundo, tão raso, cova,

Nossa casa tão funda, coração

Deitei e não pude dormir, acordei não pude sorrir,

Hoje meio mastro grito independência

Falta sapiência, apelo a ciência, seremos nós predadores?

O que farei eu sem os amores se vem da rua?

O que fará você para gritar quando não for mais sua?

Vai, a porta está aberta,

Se como vento passasse, tornado ficasse, tempestade... já é tarde

Hoje, brisa morna saio vendida,

Amanhã quem sabe volto arrependida,

De tentar de novo, de me dar ao povo, de ser boa demais, de novo...

Gabriel Amorim 08/11/2013 http://devaneiospalavras.blogspot.com.br/

Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 18/11/2013
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