Deságua Anágua Análoga
Eu rio as lágrimas de uma amor
Que já se desembaraçou da roda da fortuna
Mas assim como a poeira, é pele morta... suspensa no ar
Reminiscências, vestígios dos teus vestidos
Preso às presilhas dos teus cabelos
Ainda me cativas com a natureza morta
Que deixaste viva em minha casa
Exalando o cheiro de lavanda, aquele perfume
Que só a tua carne morena e acalentada pelo sol produz
Ah que saudade de quando estendias as roupas no varal
Secando ao vento, às vezes de impaciente
Você asoprova com o próprio pulmão como uma criança inocente
Ou usava o secador de uma mulher que seduz até o mais tímido ser humano
E faz do poeta mais casto e árcadico: um pervertido
Tantas lágrimas vertidas , tanto carinho desperdiçado.... tomado à usura
Volta! Volta a ser a mulher, a menina, a prostituta, a virgem Maria
Volta a ser a mulher que tu eras e que eros tanto temia.