Um mineiro do mundo
 
“Ao Ademar Siqueira, amigo amazonense, que como
 eu, saiu da sua terra e agora pertence ao mundo”.
 
 
Hoje quase sou um carioca,
Quem me conhece se choca,
Porque não me esqueço jamais,
Da terra em que me criei.
Desde que eu me lembro e sei,
Sou lá de Minas Gerais!
 
Como herança eu faço prosa,
Nos meus versos eu louvo a rosa,
Porque sou bom jardineiro.
Isso devo, mas não nego,
Mesmo meio surdo, não sou cego,
Sou grato ao Rio de Janeiro.
 
De lá, guardei de herança,
Muita estória e fala mansa,
Num propósito bem fecundo;
Deixei de ser só mineiro,
Virei homem brasileiro,
Mas hoje, já sou do mundo!