ETERNIDADE
“Eu não quero, se for possível,
que meu benefício desapareça
mas que viva e dure toda
a vida de meu amigo”.
Seneca
Em meu jardim há rosas:
Eu no-las quero te dar,
as rosas que amanhã ...
pela manhã já não terás
No meu jardim existem aves
com cantos de cristal:
Não te dou, porque tem
asas para voar ...
Em meu jardim abelhas
Fazem delicado favo de mel,
Doçura de um minuto ...
Não quero te dar !
Para você o infinito
ou nada ; o imortal
ou essa muda tristeza
que não entenderás...
A tristeza sem nome
de não ter que dar,
a quem leva na fronte,
algo de eternidade ...
Deixa, deixa o jardim ...
não toques no roseiral:
As coisas que morrem
não se deve tocar.
Tradução do Espanhol de Elzana Mattos
poema de Dulce María Loynaz